“Pense pelo lado bom, não vamos mais perder nosso tempo. Quero dizer, agora é você por você, e eu por mim. Entende? Depois de tantas lutas, tantos ideais, conquistas, derrotas, tantas lágrimas e risadas, depois de tudo, simplesmente acabou. Digo, agora não somos mais nada, além de dois seres imperfeitos incapazes de conviver juntos, e mais incapazes ainda de conviver separados. Chegamos á um passode conseguir tudo o que queríamos, não é? Mas queríamos muito, e não éramos capazes nem mesmo de pouco. Desejamos mais do que podíamos e agora, olhe só para nós dois. Não temos nem mesmo um ao outro. Quando nos conhecemos, você podia ter escolhido ser o que quisesse, sem tirar nem por. Eu teria deixado. Contando que você ficasse no final. Contando que nisso que você escolhesse, fossemos bons o suficiente. Bons um para o outro, bons para nós mesmos, afinal era esse o propósito não? Fazer bem a ambos os corações que de alguma forma encontraram um no outro algo incomum. Porém percebe-se agora que o “algo” que encontramos não é — nem nunca será — suficiente para nós. Todo mundo tem defeitos, isso é obvio, no entanto os nossos não são capazes de conviver assim, juntos. Parece-me que somos absolutamente iguais, e veja bem, um quebra cabeça não se completa com peças iguais, não é? Precisamos encontrar estas peças que faltam, precisamos de algum jeito encontrar qualquer coisa que nos complete. Para que possamos então permanecer, ao invés de dar adeus um ao outro, dessa forma tão fria e melancólica. Sem abraços, ou beijos, ou palavras de incentivo um para o outro… A única pergunta que não quer calar é, somos capazes de encontrar as peças? Ou será que chegamos por fim, ao nosso fim? ”